Projeto: Escrevivências, memórias e ancestralidade promove o reconhecimento da cultura afro-brasileira - Escola Firjan SESI

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Através de estudos, diálogos e compreensão do presente


“Azizi, o menino viajante”, escrito pela romancista e poeta Conceição Evaristo, foi o disparador para um encontro com a ancestralidade e as histórias dos estudantes do 2° ano do ensino fundamental I, da Escola SESI Jacarepaguá. O livro conta a história de um garoto apaixonado por viagens e que, em um sonho, acaba conhecendo a África, terra de seus antepassados. E foi por causa dessa experiência de sucesso, que ocorreu em 2020 nas aulas remotas, que a professora Beatriz Martins da Silva está entre as 10 finalistas no programa Professores Pelo Sim à Igualdade Racial! A professora da Escola SESI Jacarepaguá submeteu o projeto desenvolvido na escola, intitulado “Escrevivências, memória e ancestralidade”, que tinha o objetivo de investigar o passado e compreender o presente situando o estudante dentro de sua própria história.

O projeto “Escrevivências, memória e ancestralidade” evidencia a preocupação da professora, alinhada aos objetivos da Escola SESI, de promover o reconhecimento da história e cultura afro-brasileira, conforme orienta a Lei de nº10.639/03, além de suscitar discussões das práticas sociais e culturais relativas à questão étnico-racial. Os estudantes foram levados a refletir sobre importantes pontos relativos ao tema, como por exemplo: O que sabemos sobre ancestralidade? De onde vieram os meus antepassados? - Qual a importância de compreender a diversidade cultural? - Qual a relação do Brasil com o continente africano? - O que a nossa cultura herdou de África? E entre muitos outros…

Na época, as produções envolveram pesquisas sobre a origem dos avós, pais e da própria criança, compreendendo o conceito de ancestralidade e auxiliando os estudantes a estabelecerem a relação entre o continente africano e o Brasil. Foi a oportunidade para que as crianças do segundo ano do ensino Fundamental I, se debruçassem sobre o continente africano e o Brasil no mapa, o conceito de cidade, estado e localização à partir do seu local de nascimento e residência; ampliarem o repertório vocabular, por meio da descobertas de palavras africanas utilizadas no nosso dia a dia, além da influência africana na culinária de algumas regiões. O projeto também envolveu atividades de leitura compartilhada, interpretação de texto e contato com mídias, como o Podcast “Queres que te conte?” em que puderam conhecer várias Fábulas Africanas.

Para Lílian Santana, Analista de Educação da rede SESI, a divulgação dos fazeres de sujeitos afro-brasileiros e do encontro com a diferença, história, arte e cultura, pode suscitar diálogos e trazer à luz discussões sobre os processos de formação identitárias dos povos, se tornando um caminho possível para iniciarmos a trajetória dentro da perspectiva antirracista. Tal ponto, é um dos meios possíveis, não sendo o único e, portanto, a discussão deve estar presente nas formações de nosso corpo docente para as devidas discussões e ressignificações das práticas. Essas vivências são essenciais e importantíssimas para o trabalho da rede SESI, principalmente para os estudantes do fundamental I.

"Ter o meu projeto entre os dez melhores do Brasil na categoria Ensino Fundamental I diz muito sobre o que é ser professora na escola FIRJAN SESI de Jacarepaguá. É sobre fazer parte de uma rede que acredita no pleno desenvolvimento humano, e que dá aos educadores a possibilidade de trabalharem temáticas étnico-raciais em sala de aula. Enquanto educadora preta, para além do cumprimento das leis 10.639/03 e da 11.645/08, poder trazer para a sala de aula valores como o respeito às diferenças e a diversidade étnico cultural como estratégias de enfrentamento ao racismo falam não só da minha prática de pedagógica, mas da urgência de se pensar o currículo e a formação do educador enquanto necessidades, para que vozes silenciadas ao longo de quase quatro séculos de escravidão sejam ouvidas. Só tenho a agradecer à minha equipe e aos meus ancestrais por caminharem comigo, eu sou porque nós somos! " Disse Beatriz Martins da Silva, professora do Fundamental I.

"Acreditamos neste protagonismo dos estudantes e a proatividade dos professores, que envolvem temas como estes em um projeto de grande visibilidade para a educação, em especial aqueles que fazem parte das séries iniciais. O resultado deste trabalho é colhido por todos os envolvidos, enraizando o saber e fomentando o interesse para aprender ainda mais. Angélica Cardoso, Pedagoga da Escola Firjan SESI.

Neste momento, a professora Beatriz Martins está entre as dez melhores propostas a nível nacional. O concurso está em andamento e foi encerrado dia 30 de novembro com os dois projetos finalistas sendo contemplados com uma premiação no dia 02 de dezembro.

Para acompanhar e saber um pouco mais sobre o programa, acesse: Conheça os selecionados do Programa Professores Pelo Sim à Igualdade Racial! - ID_BR | SIM À IGUALDADE RACIAL (simaigualdaderacial.com.br)